terça-feira, 10 de setembro de 2013

BABA XANDECO NO PIQUETE TAURA DISCORRE SOBRE A CULTURA NEGRA NO RS

CONVITE!


BABA XANDECO PALESTRANTE NO PIQUETE TAURA

Local: Parque da Harmonia, lote 304, mais especificamente na Rua Caruzo da Rocha, frente à churrascaria Galpão Crioulo. 
Site piquetetaura.blogspot.com.br

FESTEJOS FARROUPILHA 2013 (“O Rio Grande do Sul no imaginário social” ):

PROJETO: GAÚCHO E O ORGULHO DE SER FARRAPO
Dia 10/09/2013 – 19:30hs (Cultura)

Palestra: A Influência do Povo Negro na Formação do Gaúcho;
Palestrante: Baba Xandeco de Xangô (Alexandre Gabriel-Babalorixá)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O DESAFIO DOS NOVOS SACERDOTES DE MATRIZ AFRICANA

O DESAFIO DOS NOVOS SACERDOTES DE MATRIZ AFRICANA 

Matéria Publicada no Jornal Estrela do Oriente-Edição Maio/Junho 2013
Baba Xandeco de Xangô-Facebook Baba Xandeco de Xangô
email: xandecoxango@yahoo.com.br ligue para mim: 51-84749688
Ilê de Xangô-Associação Clara  Nunes: 51-33521876
visitem o blog:www. xangodopovo.blogspot.com

Para esta geração de novos babalorixás e yalorixás do tempo em que vivemos, existe um desafio muito grande e que não dá para passar despercebido. É uma herança dos mais velhos, que até a pouco tempo atrás tiveram o privilégio da manutenção da religião. Este desafio é nada mais nada menos que a preservação do culto de matriz africana.

            Não importa a denominação, se no sul somos do Batuque (jeje-ijexá-oyó-kabinda ou Cambinda-nagô) ou se nas outras regiões do Brasil vamos encontrar em Pernambuco os Xangôs, no Maranhão o Tambor de Mina e seus Voduns, no Rio de Janeiro a Macumba de influência Jeje- Nagô, outras  vezes identificada como Umbanda(em todo território nacional) ou Umbanda Cruzada, ou mesmo a Quimbanda,  no Estado do Espírito Santo a Cabula ou Embanda, na Bahia e em muitas partes do Brasil o Candomblé, também o Candomblé de Caboclo onde são aceitos entidades da Umbanda e boiadeiros; o Catimbó com influência indígena e muitas nações africanas denominas: Ketu,Angola,Jeje, Nagô, Congo,Muxicongo,Efon,Kabinda, Oyó, Jeje, Ijexá e Xambá. Essas são nossas matrizes negras chegadas ao Brasil via navio negreiro. Vem desde a senzala essa perseguição.

           Hoje, as religiões destas matrizes africanas, tem sido perseguidas com frequentes ataques de religiões neocristãs, que investem muito no marketing jornalístico e televisivo e que insistem em crescer atirando pedras nas posturas africanas e suas manifestações culturais incluindo as divindades e toda uma construção sociológica desta cosmovisão.
Na realidade, os cultos de origem africana, têm uma hierarquia cultural de tradição com base na oralidade, onde difere na maneira de ver o mundo e o antagonismo com as religiões cristãs, se dá, no fato em que não trabalha no sistema piramidal, onde existe um sistema hierárquico, que delega poderes ou os suprime, de cima para baixo.

            A herança africana, é dos conselhos e da vida comunitária, é contemplativa e não consumista, atua com a natureza como mãe e tem na circularidade, o motivo de renascimento, porque é cíclica. Esta verdade está, tanto nas rodas de conversa, quizomba de pretos velhos, colares de contas, no inicio, meio e fim das obrigações que fecham um ciclo de culto as forças da natureza, e principalmente dentro de seus preceitos, até a visão de encarar a morte como uma passagem única do ser humano.

            Esse modo inclusivo de viver em pequenas comunidades, que seguem cultos ao seus antepassados e a natureza, passa a perder terreno, por não estar inserida no contexto das religiões cristãs, nem fundamentar toda sua construção antropológica-psico-cultural-teológica em livros didáticos-religioso tais como Bíblia, Alcorão, Hamurábi ou “Khammu-rabi”, entre outros.

            A partir desse paradigma religioso de dogmas e regras subscritos por teólogos e santos não negros, que não agregam os valores africanos na forma de ver o mundo, e por não estarem no contexto de equidade de valores, logo os seguidores da das matrizes africanas são alvejados pelo subjulgamento e o quesito religiosidade africana passa a ser folclorizado como forma pejorativa dos costumes oriundos do continente africano e a tentativa de exclusão dos templos e manifestações são comuns, embora encontre resistência desta matriz.

            Assim, os mistérios divinos da África negra, e seus Orixás, incluindo a mitologia rica que os enaltece, foge em todos os sentidos da igreja tradicional ou neocristã, até mesmo na questão hierárquica patriarcal, isto é, homens, mulheres, homossexuais e demais minorias discriminadas, podem exercer sua cidadania religiosa, e serem sacerdotes na religião dos Orixás.

           Esse humanismo, não deixa os templos e seus sacerdotes distantes. Os terreiros são casas de acolhimentos humanísticos que tem um olhar de integralidade do ser humano que procura o terreiro. Não pregamos em praças públicas nossos valores, não fizemos pactos de fidelidade e contribuições monetárias para manter nossas casas de orixás. Também não é perfil das religiões de matriz africana usar o povo como massa de manobra, e também não estamos colocando nossos colares africanos de nossos Orixás a torto e a direito nos pescoços de quem precisa e bate a qualquer hora nas portas de nossos terreiros, pois entendemos que cada um tem o livre arbítrio.

            Mesmo assim, diante de tanta contribuição positiva para a sociedade, a religião de matriz africana,   é cruelmente atingida nos seus preceitos, até quando tenta sacralizar um animal. Que atire a primeira pedra quem consome um animal vivo: aves, suínos, bovinos, caprinos, ovinos ou pescados. Tornar o alimento sagrado, tornou-se um pecado mortal para os seguidores da religião afro, que consomem a carne dos animais e utilizam o plasma sanguíneo nos rituais. Os frigoríficos nunca receberam leis de impedimento de consumo. Já as religiões afro, compram seus animais as escondidas, recebendo repúdios pela mídia, repúdio de gestores e leis municipais onde o estado laico desaparece e o preconceito de lideranças religiosas neocristãs, que assumiram os poderes no cenário político brasileiro, conseguem  unir estratégias de aniquilamento as culturas africanas pelo processo de intolerância..

            Importante frisar aos leigos da religião, que no caso dos animais,  só é despachado ( depositado em matas, rios ou cachoeiras públicas) e/ou plantado os animais e oferendas que são passadas no corpo como descarrego, 95% dos animais é consumido e distribuído nas comunidades carentes, aos mendigos, as crianças da comunidade. Isso ninguém retrata, porque é um bem, num país que luta para se livrar da fome, a religião de matriz africana e seus seguidores é a única religião, que não cobra pela alimentação durante seus cultos e festas: tudo é doado para as pessoas! Desde o tradicional mercado( do ritual do Batuque), que nada mais é que,um cesto básico preparado com a comida de todos os Orixás, sendo que  toda a alimentação preparadae tornada sagrada para consumo. Muitos desconhecem tais práticas!
           Considerando que quando o ser humano, vem ao mundo ele nasce de Omi-ejé (água-sangue) e ali no nascimento, é cortado seu vínculo corporal materno ao separar através do cordão umbilical, perdendo assim a primeira proteção para ganhar a individualidade da luta pela vida.

            Não temos nada de satânico, quando através de um ritual fizemos o renascimento espiritual e aproximamos a natureza do ser humano com os Orixás. Acretidamos que somos feito dessa natureza, terra, ar, fogo, água e éter. O ser humano vem ao mundo banhado em sangue natural  de seus progenitores, e essas deturpações de nossos rituais é em função de conseguir domínio de mais um leigo dentro de nosso religiosidade, com uma forma muito peculiar, já usada na época das torturas inquisicionistas, onde se queimava na fogueira toda e qualquer suspeita de bruxaria, sendo que uma pessoa que preparasse um chá e tivesse domínio das forças da natureza, estava com seu pescoço a prêmio!
            Hoje, a mídia que outrora se pronunciava com espaços democráticos nos anos 70, tendo o Boom Africanista, foi cedendo as cifras enormes, e torna-se, portanto, corresponsável, no processo discriminatório, quando se omite, nada fazendo para coibir os ataques dos senhores da verdade “Universal” de um Reino de um ‘deus’ que exclui, segrega e se compraz com bensmateriais. O Brasil é um país laico, isto quer dizer: SEM RELIGIÃO! Então por quê o privilégio de alguns em detrimento as demais minorias?!
            Os recursos áudios-visuais modernos digitais, usados pelos meios de comunicação, transformam-se então em armas poderosíssimas de exclusão e racismo, pois é, contra uma religião negra que estes incautos senhores dos saberes “divinos” usam seus discursos inflamados de perversidade e tirania. A alto e bom som conseguem teatrealizar preconceituosamente, valores civilizatórios da cosmovisão africana, demonizando aquilo que é sacro dentro de nossos terreiros. Até ai, muitos dirão, isto todos já sabem.

            Mas, minha retórica, refere-se as algemas que nos prendem, quanto as providências, com vistas a uma solução para tornarmos visível nossa inconformidade com tais blasfêmias, que arrastam milhões de fiéis para dentro de igrejas que se erguem da noite para o dia e arrecadam tudo que podem e depois se mandam do nosso país ou promovem suicídios coletivos, ou ainda descobrem tarde demais se tratarem de mentes doentes, até mesmo pedófilos. Esta mesma imprensa não alardeia tais fatos. Dentro das tais igrejas o culto ao “Deus dinheiro’ se impõe com sagacidade e se fala mais em demônio do que no próprio salvador.

            A astúcia dos grandes” vendedores de Deus” é a chave do sucesso relâmpago dos novos pastores, que tem carro importado, teve de plasma e o diabo a quatro, até mesmo porque o demônio, que a igreja Universal dentre outras,  dá grande valor, garante o salário do pastor e suas incursões pelo terreno da culpa são contempladas pela troca do sagrado dinheiro.

            Como forma de prender emocionalmente a parcela vulnerável de nossa população, maioria gente simples, sem-muita instrução, as pessoas vão sendo seduzidas pela técnica meticulosa e persuasiva de incutir medo naquele que está passando pelos altos e baixos que a vida nos proporciona, atribuindo sempre a um trabalho feito no candomblé ou umbanda. Pronto! Feita esta chamada eloquente vem ao ar o “Show da fé’: Berram, ficam afônicos de tanto gritar, quiçá Deus seja surdo, e choram, pagam alguém para se atirar no chão, pagam falsos depoimentos, pegam ex- sacerdotes das religiões afros que usavam para o mal seus axés, e ali fazem o banquete das infâmias. E se não fosse um quadro de pinturas grotescas, com certeza suas cores tétricas conduziriam a cena triste, para um final cômico.

             A ânsia de manifestação de “demônios” é tanta que o tal desejo é incitado, ficando em segundo plano aquele que pregou a humildade e nasceu proletário numa manjedoura. Essa teatrealização, vai desde o majestoso palco-altar, com teatro-igreja, até termos o ápice do pão e circo romano com a hora da libertação com gente ‘encostada’,( termo usado há pouco tempo também para se referir a pessoas doentes que estavam na fila de espera de benefícios do extinto INPS hoje Ministério da Previdência Social). Mera coincidência do termo usado, para tratar das mazelas humanas, que vira um produto de primeira categoria na mão dos neopentecostais, pois rende muito aos vendedores do paraíso do mundo dos milagres. (continua na próxima edição)

            Em tempo: agradeço a todos os amigos, que fizeram essa grande corrente no Rio Grande do Sul e mesmo amigos de outros estados do Brasil, pelo restabelecimento de minha saúde. Meu Modupé a todos e todas. Que Xangô lhes deem em múltiplos de 6, tudo que me desejaram! Kaô! Kabyelesilê!


quinta-feira, 30 de maio de 2013



EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: PENSE NISSO!
 
xandecoxango@yahoo.com.brPor Baba Xandeco de Xangô

Movimento Popular de Saúde no Brasil, nasce a partir da experiência de Movimentos Populares, em  1981, após o III ENEMEC, ocorrido em Goiás onde passou a denominar-se Mops, que é uma rede de pessoas unidas, que lutam pela saúde da população brasileira de forma organizada, onde busca a emancipação  e capacitação das pessoas, enquanto sujeitos portadores de direitos. O Mops está presente em mais de 21 Estados Brasileiros. No Rio Grande do Sul,o Mops foi criado e instalado oficialmente no dia 04 de Junho de 2009. São Fundadores do MOPS RS os atores sociais, profissionais da saúde, e articuladores:Baba Xandeco de Xangô, Amauri Ferreira Lopes do Paraná, Marli Therezinha Aquino, Carlos Alberto Pozo Raymundo, Clauber Fonseca da Silva, Iya Dê d’Ogum Onirê, Iria de Fátima Martins, Rubem da Silva, Celina Valderez Khoeler,Thiago do Nascimento Charme,  entre outros. As reuniões do acontecem na sala de reuniões do IBGE em Porto Alegre. O MOPS RS, já organizou 3 Encontros Estaduais, além de participar do Fórum Social Temático, denunciando a insegurança alimentar, com Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros. Ultimamente o MOPS RS, está formando núcleos nas em  Canoas-RS, Santa Maria-RS e Encruzilhada do Sul,  organizando a juventude e discutindo a problemática HIV/AIDS, porque Porto Alegre e região metropolitana, estão em primeiro lugar na infecção e co-infecção pelo Vírus HIV,tuberculose, álcool e drogas.  Esse trabalho do movimento, vem facilitando o acesso a informação, troca de saberes, onde planeja ações inter-setoriais, encontros com profissionais da saúde, movimentos sociais, igrejas, terreiros, unidades básicas de saúde, escolas, presídios e hospitais.  Com oMOPS RS, os terreiros gaúchos, através da Associação Clara Nunes, protagonizaram a Jornada Ancestral as Plantas e  Saúde nas comunidades tradicionais, em 2008, entrando pra história do SUS-Sistema Único de Saúde, onde pela primeira vez um Grupo Hospitalar – O Grupo Hospitalar Conceição, foi para dentro de um terreiro discutir saúde e práticas fitoterápicas. Despreconceitualizando a saúde, foi criado um espaço inter-religioso do Grupo Hospitalar Conceição,  onde religiosos de matrizes africanas tiveram seus direitos garantidos de atendimentos junto as demais religiões que já prestavam apoio ao tratamento médico alopático. Com 4 anos de atividades no Rio Grande do Sul, o MOPS RS, foi reconhecido recentemente pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, que escolheu sede do Movimento para encerramento do curso sobre saúde da população negra. O MOPS tem o desafio de ampliar seus núcleos, e difundir seus objetivos de representar, organizar os usuários de serviços de saúde, e de lutar pela qualidade de vida da população. É pra isso que existimos e não desistimos.  Um SUS, como verdadeiro Patrimônio da Humanidade, com transversalidade, Equidade e Humanização, é a luta do MOPS.Pense nisso! Participe!

sábado, 18 de maio de 2013


TERÇA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2013

CLARA NUNES ESTÁ VIVA!

Há 30 anos atrás, num dia 2 de abril de 1983, nós brasileiros, perdíamos a maior expressão da nossa música popular brasileira: Clara Nunes.
Estava na casa de minha tia, quando uma de minhas primas a Maninha, chegou e me disse: morreu Clara Nunes! Aquela dor, era uma dor idêntica a dor sentida por um ente-querido, um consangüíneo nosso, que parte assim, sem dizer adeus!
A matriz africana, vivenciada e explicitada de forma nobre por Clara Nunes , foi sem sombra o maior afago à cosmovisão africana no Brasil, que já tivemos no cenário musical . Clara Nunes mostrou ao mundo o quanto é bonito ser negro. O quanto o sangue negro misturou-se ao mosaico cultural e deixou o Brasil um povo que sobrevive as adversidades cantando, mesmo que seja de dor! Mestiça, Clara ficou a vontade com seus cabelos crespos, suas roupas de religião, seus colares de contas e seus pés nus e muito bronzeamento para sua cor morena se tornar negra.
Esse resgate de identidade negra, somou-se a uma voz perfeita na entonação de cultura afro-brasileira, com expressões e mapeamentos musicais de resgate desta identidade, e foram despencando no cenário musical brasileiro jongos, maracatus, frevos, congadas, sambas de enredo, samba canção, toadas, toques de candomblé, folclore e muita fé no que fazia. Isso fez a auto-estima do povo negro, discriminado na sua cultura, subir e eleger Clara Nunes a nossa maior cantora, isso no Brasil negro, que a consagrou nas vendagens de discos. Clara se tornou um fenômeno, o mesmo povo que ela acarinhava com suas canções, era quem fazia dela uma rainha. O outro Brasil não negro,racista, discriminador, abastado, das elites, é óbvio escolhera outra cantora para representá-lo, mas teve que render-se ao talento da cantora caipira, vinda do interior e que em plena ditadura militar entoava cantos de louvor e hinos de luta como Canto das três raças.
O congraçamento das etnias brasileiras, e o sonho de equidade social, se manifestavam na cantora, quando sem esquecer suas origens, ia em busca dos compositores populares e se a música não arrepiasse, e não tocasse primeiro seu coração, ela não gravava. Seguia os referenciais do povo entre morros, terreiros,Continente Africano e o mundo afora, na busca do popular sem ser popularesca. 

Furava o bloqueio masculino e tornou-se um fenômeno de vendas. Vendia milhões de discos. No país do carnaval, nunca Clara teve em vida um especial na maior TV brasileira. Levou essa mágoa para a eternidade. Essa invisibilidade da representante autêntica do povo brasileiro, só foi sacudida pela morte prematura da artista. E dai? Daí que depois que Clara morreu, mais uma vez o mundo do poder, não negro, voltou-se para lágrima e dor do povo brasileiro, mais como manchete da confusão do enterro que reuniu mais de 50.000 pessoas no Rio de Janeiro, do que verdadeiro respeito pela artista,pela mulher de fibra, determinada,que nunca traiu seus princípios do cantar como missão, em forma de oração, lenitivo necessário para revelar a face de um povo, sua leveza, de rara beleza, e fé na sua grandeza.Não era atoa, o apelido de Sabia, quantas vezes observamos esse pássaro a cantar, com sol ou chuva lá está ele. Clara realmente, pássaro cantante.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

COMUNICADO


O ILÊ DE XANGÔ-ASSOCIAÇÃO CLARA NUNES- COMUNIDADE TRADICIONAL DE MATRIZAFRICANA COMUNICA NAS REDES SOCIAIS E NO JORNAL ESTRELA DO ORIENTE O DESLIGAMENTO DO QUADRO DE OMORIXÁS (FILHOS DO TERREIRO), AS SEGUINTES PESSOAS: ALEXANDRE PADILHA MACIEL- ALEXANDRE DE BARÁ AGELU CLAUBER FONSECA DA SILVA- CLAUBER DE EXU OLONÃ IRIA DE FÁTIMA MARTINS PADILHA- IRIA DE OBÁ SIMONE MARIA DELAGLIO DE LIMA-SIMONE DE OYA PATRICIA OLIVEIRA DE OLIVEIRA- PATRICIA DE OYA INAJARA MACHADO FERNANDES- INAJARA DE XANGO IBEJÌ RICHARD NUNES CAMPELO- RICHARD DE XANGO IBEJÌ JOSIANE DOS SANTOS BARBOZA- JOSI DE XANGÔ CLAUDIO ROBERTO LEAL GOMES- CLAUDIO DE OXALÁ AS OBRIGAÇÕES DAS PESSOAS SUPRACITADAS, ESTÃO BAIXADAS E ESTARÃO A DISPOSIÇÃO, MEDIANTE PAGAMENTO PELO ZELO, ATÉ DIA 31 DE JANEIRO, APÓS SERÃO DESPACHADAS NA ORIGEM DO ORIXÁ: A NATUREZA! ESTE SACERDOTE, NÃO SE RESPONSABILIZA POR QUALQUER QUE SEJA A POSTURA DAS PESSOAS ACIMA MENCIONADAS, POR TEREM COMPORTAMENTOS QUE NÃO CONDIZEM COM OS PRECEITOS DA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA E PRINCIPALMENTE POR TEREM COMPORTAMENTOS ANTAGÔNICOS E SEREM PERSONAS NON GRATAS DENTRO DA COMUNIDADE TRADICIONAL DE TERREIRO, ILÊ DE XANGÔ. TESTEMUNHAM ESTE AGRAVO: Iya Dê D’Ogun Onirê-30 anos de assentamento Ogun e Madrinha dos Desligados; Isaura D’Xapanã-20 anos de pronta ; Abilaya Lau ti Oya Niqué- Pronta de Ori; OmorOdé Carlos Ajagura de Odé_ Pronto de Ori ; Baba Xandeco de Xangô-Zelador de Orixá ; Marli Aquino-Projeto Olá Si Bó/MOPS-Colaboradora do Ilê CIENTE: MÃE PAULETE DE OXUM YALORIXÁ DE BABA XANDÉCO DE XANGÔ HÁ MAIS DE 8 ANOS. PARA PENSAR: QUER CONHECER ALGUÉM DE VERDADE? AJUDE, ERGA E DEIXA ESSAS PESSOAS BEM, O TROCO MINHA GENTE É O DESLEIXO E A INGRATIDÃO. RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA É CULTO AO ORIXÁ, SE VC NÃO CULTUA SEU ORIXÁ, NÃO ENCHE QUARTINHA, NÃO ALIMENTA TEU AXÉ, NÃO DOBRA O JOELHO AOS NOSSOS ANCESTRAIS, NÃO PAGA MENSALIDADE PARA MANTER O CULTO, VC NÃO É DE RELIGIÃO AFRO, APENAS MAIS UM CARNAVALESCO QUE SE FANTASIA DE RELIGIOSO. PENSE NISSO! BABA XANDECO DE XANGÔ. 2013-ANO DO EQUILÍBRIO, DO AMOR, DA VERDADE E DA JUSTIÇA! A CAMINHO DA FELICIDADE! GRATO A TODOS FILHOS E AMIGOS, IRMÃOS, PADRINHO, AO ALABE RODRIGO DE XANGO AGONJU IBEJI, QUE ME ACOMPANHA HÁ MAIS DE 18 ANOS E A MÃE PAULETE DE OXUM QUE ESTIVERAM PRESENTES, LOTANDO AS DEPENDENCIAS DO ILÊ DE XANGÔ, EM TODOS MOMENTOS DA OBRIGAÇÃO, NO ANIVERSÁRIO DE XANGÔ AGONJU IBEJI INICIADO DIA 15 DE DEZEMBRO E ENCERRADO DIA 31 DE DEZEMBRO. MINHA GRATIDÃO. MODUPÉ AXÉ A TODOS!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O DIA EM QUE GANHAMOS O MORRO DA POLÍCIA Por Baba Xandeco

A tarefa não foi fácil. Primeiro convencer numa Oficina do Projeto Porto Alegre cc, um grupo inteiro a votar por unanimidade numa causa. Segundo vender a imagem de um produto que estava com a própria imagem abalada, por situar o Presídio Central e por ser rotulado pela fala fácil do preconceito contra as periferias, e terceiro: conseguir sensibilizar gestores e lideranças comunitárias para dialogar sobre possibilidades humanísticas de mobilidade urbana, territorialidade e saúde da população daquela localidade. Lá é perigoso! dizia um, outra dizia é lindo e maravilhoso! Que desafio! Coisas para quem não teme subir todos os dias as ladeiras acidentadas e batalha resistindo as adversidades, tendo como lenitivo o local lindo que a comunidade chama de Morro da Polícia. Poucos sabem,mas é um dos locais mais seguros da capital gaúcha, um dos mais bem guarnecidos, pelo contingente bélico das Forças Armadas que abriga corporações da BM, Operações Especiais e Regimento Osório. Baba Xandeco de Xangô, sacerdote de matriz africana, pautou corajosamente uma causa com o tema morro, quando tudo indicava o centro da cidade. Falou se quisermos uma causa diferente vamos visitar os invisíveis da favela! : Vamos Subir o Morro da Polícia para conhecermos suas belezas e seus problemas! E buscarmos soluções. Assim foi! Porto Alegre eu cuido, eu curto dizia na sua camiseta. No dia e hora marcados lá estavam todos vestindo branco, Mãe Vera Maria de Iansã a primeira a chegar. Em seguida outros...mais outros e mais de sessenta pessoas se aglutinavam no Morro. Gente de todos os bairros da cidade. Gente de todas as etnias e credos. Rezas africanas, cristãs, tambor, pipocas e atã de Ogum. Izabel entusiasta, ao microfone do carro de som apresentava o Projeto cc e garantia os pedidos daquele povo, Baba Xandeco rezava em yoruba pedindo a axé aos Orixás, Plinio recepcionava a todos congratulando com Antonio Matos em nome das lideranças ali presentes. Pronto! Estava dada a benção e a largada para a escalada dos 287 metros de altitude do Morro. O pessoal do grupo de Jovens Papo Cabeça, fez apresentação de hip-hop, Marli Aquino do IBGE, entregou uma mensagem de otimismo e fé na vida para os participantes, além de Baba Xandeco declarar seu amor a Porto Alegre, numa poesia muito aplaudida. Neste dia, as crianças após o café da manhã no terreiro, subiram felizes na frente da trilha de gente bonita, com chimarrão, pipoca e sorriso no rosto de um morro que mostrou-se encabulado, se escondendo entre a neblina que misticamente defumava aquela procissão. Queríamos mais que vencer os metros adiante, tínhamos que falar da dificuldade do acessibilidade quando de um doente nos becos da comunidade, do ônibus que nos deixa longe das nossas residências, e do HIV/Aids, tuberculose que o Movimento Popular de Saúde fizera questão de trazer a tona. Queríamos dar nosso recado...queríamos coroar nossas reivindicações com a luz do sol. Muitas fotos e admiração tomavam conta dos presentes. As falas todas construtivas, a circularidade e o eco do próprio nome demarcando o território conquistado e as mãos dadas. O sol não resistiu e sorriu naquele momento. Momento das defesas das premências da comunidade, na fala de Baba Xandeco ao ler o abaixo assinado, eis que o firmamento se abre e a luz do sol, corta as nuvens e doura todos os momentos de reflexões, buscas, trocas, encantamentos, perspectivas, mas principalmente de esperança, de que de mãos dadas, é mais dificil cair..é mais fácil caminhar. Assim descemos todos ufanados confiando que amanha vai ser outro dia! Mas nunca mais será esse mesmo dia que subimos e ganhamos o Morro da Polícia.

quarta-feira, 23 de maio de 2012


Assunto: CONVITE ATIVIDADE NO MORRO DA POLICIA


A ASSOCIAÇÃO CLARA NUNES-ILE DE XANGÔ CONVIDA PARA A CAMINHADA CONHECENDO O MORRO DA POLÍCIA NESTE SABADO DIA 26 DE MAIO DE 2012

O ROTEIRO:CAPELA SÃO MIGUEL-TRAV.CEL REGO 110, BECO E AO LADO DA CAPELA, PARADA NA COMUNIDADE TRADICIONAL ILÊ DE XANGÔ-ASSOCIAÇÃO CLARA NUNES-DISTRIBUIÇÃO DO ATÃ DE OGUM E AGUEGÉ  SAUDANDO OS PARTICIPANTES, APRESENTAÇÃO COM CARRO DE SOM DO GRUPO DO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE DO RS- PAPO KABEÇA COM JOVENS DA COMUNIDADE, DISTRIBUIÇÃO DE INFORMATIVOS, SUBIDA PELAS TRILHAS DO MORRO ATÉ AS ANTENAS DA EMBRATEL.  PRESENÇA DAS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, MEIO AMBIENTE, CULTURA, EDUCAÇÃO, GABINETE POVO NEGRO,IMPRENSA, COMUNIDADES TRADICIONAIS, ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS,LIDERANÇAS DA COMUNIDADE, ARTESÕES,CANTORES E GESTORES MUNICIPAIS QUE ESTARÃO DIALOGANDO COM  MORADORES E AS DIFICULDADES QUE O MORRO ENFRENTA E BUSCA DE SOLUÇÃO DE ACESSIBILIDADE DA LINHA 347 - ALAMEDA, QUE DEIXA O POVO DO MORRO MUITO LONGE DE SUAS MORADIAS, ALÉM DO PROBLEMA DE FALTA DE INFRA-ESTRUTURA E ACESSIBILIDADE DOS BECOS E ACESSO NO MORRO. A PROBLEMÁTICA DO PARTENON ESTAR EM PRIMEIRO LUGAR NA CO-INFECÇÃO POR HIV/AIDS, TUBERCULOSE E ALCOOLISMO, SÃO TEMAS QUE VÃO SER DEBATIDOS DURANTE O PIQUENIQUE COM TODOS PARTICIPANTES. PORTO ALEGRE, EU GOSTO EU CUIDO!

BABA XANDECO DE XANGÔ 


 Morro da Polícia, ou simplesmente o Morro da Embratel, como muitos o chamam, não é o mais alto de Porto Alegre, mas é o mais proeminente, pois pode ser avistado da maior parte da cidade e até de municípios da região metropolitana em dias bem claros. E é também aquele que oferece a melhor vista da cidade. Para quem conhece Porto Alegre, trata-se daquele morro inconfundível cheio de antenas da Embratel, de TVs, rádios e agora também de operadoras de celular.

Para chegar no Morro da Polícia, é necessário subir toda a avenida Oscar Pereira, no bairro Glória, e quando chegar ao topo, pegar uma estrada de chão batido que passa por uma vila antes de atingir o topo do morro onde estão as antenas. O passeio vale a pena.

De cima do Morro da Polícia é possível ver quase toda a zona norte de Porto Alegre, o Lago Guaíba e as cidades do outro lado do lago, e ainda uma boa parte da zona sul da cidade. Em dias bem claros com boa visibilidade, é possível avistar os municípios da região metropolitana e até mesmo a silhueta da serra gaúcha.

Nos anos 70 chegou a haver um bar-restaurante junto às antenas e até mesmo um pequeno parque de diversões. Sabe-se lá o porquê, hoje há apenas as antenas. Infelizmente parece não haver interesse político em transformar o local em atração turística, com asfaltamento da via de acesso ao morro e instalação de uma infra estrutura com belvedere e restaurante panorâmico. Talvez um dia isso aconteça. Por enquanto, o Morro da Polícia é normalmente visitado pelo pessoal que faz a manutenção das antenas, por alguns aventureiros corajosos sem medo de subir o morro e por adeptos de religiões afro-brasileiras que usam o morro como um local para suas oferendas.